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domingo, maio 22, 2011

100 anos!

Os meus pupilos do exército não são melhores nem piores que os outros são os meus. São a casa que me viu entrar com 10 anos depois de provas prestadas. Provas essas em que como sempre não dei o meu máximo físico e que apenas as minhas aptidões escritas e matemáticas da altura compensaram. Meses antes de entrar foi um dos médicos de então que fez ver aos outros que apesar do meu olho "danificado" conseguia ver as cores básicas e assim começou a aventura. A primeira camarata, a primeira noite em branco a ouvir os comboios. Hoje são memórias distantes de 23 anos, mas que ainda hoje fazem vibrar o meu coração e alma. Nesse ano o 453 queimou ao dormir com o aquecedor o meu primeiro capote e a peça de eleição de toda a farda. Conhecer companheiros novos não foi dificil, dificil é mantê-los todos ao fim de tantos anos. O companheiro de beliche era o Saldanha, que uma vez caiu e ficou a dormir em cima do tapete. Lembro-me das quarta-feiras e trazer o MArco e o Ricardo Marinho para minha casa. Viviam longe e a minha mãe quase os adoptou. Curiosamente tanto um como o outro nunca mais os vi desde que prematuramente deixaram os pupilos. No ano seguinte ganhei o irmão mais velho que me guiou incolume ao 12º ano. Com ele comecei a fumar, com ele aprendi a gostar de basket, com ele evitei castigos mais severos por assaltar o refeitório e o corpo de alunos, depois de umas valentes cigarradas nos claustros e na sala de ciências. Numa dessas noites alguns foram apanhados, por não serem precavidos e astutos como o Rui. Lembro-me dos imensos domingos em que com o Silveirinha lá iamos na traseira da Renault Express do trabalho do meu pai de volta ao internato. Ficávamos junto à igreja para que não nos vissem sair da traseira da carrinha. Ao longo dos anos nos Pupilos fui criando sonhos e ilusões alentado pelas listas de estágios que o 3º da contabilidade apresentava em um qualquer momento. Mars, Philips e empresas assim. O emprego estava garantido. Foi nos Pupilos que percebi que ser mecânico obrigava a não esborratar com tinta da china o desenho, por isso a opção contabilidade foi tomada cedo. As aulas práticas com o querido professor Correia ofuscavam as de mecânica que de bom tinham não haver luz natural depois das cinco. Com isso ganhavam as torradas no bar com o meu companheiro Mamede.
Fui crescendo, fazendo-me menos menino da mamã, mas não menos introvertido e envergonhado. Não menos embaraçado com a minha particular forma de ser. Vieram os chumbos do ano da frente e fui acolhendo no meu coração os mais velhos. Alguns acabaram por estar pouco tempo e a ligação não se criou, outros ainda hoje perduram como os meus maiores amigos e de quem, apesar das saudades, não sou capaz de visitar graças à minha mais uma vez forma de ser. A casa ridente nunca me tratou mal na verdade. E até me acolheu em alturas menos boas como a morte do meu avô e aquele dia em que feito puto estúpido, falei mal com a minha mãe para ir fumar cigarros. A casa na hora me corrigiu. Acendi o cigarro e no rádio tocou a música dos Roxette vulnerable. Depressa chorei, não sei porquê. LAvei os dentes e vi o resto da cerimónia com a minha mãe. Arrependimentos tenho dois: ter traido o Carrudo e não ter aceite ser graduado e ter batido no Melgaço. Sei que por vezes fui chato, levado pelo poder de ser mais velho, mas na verdade só bati a sério no Melaço a quem devo um pedido de desculpa, mesmo que os argumentos fossem válidos e ele tivesse "aceite" o castigo pedindo desculpa. Quanto ao resto, o resto é um mix de sentimentos e memórias. De histórias quase sempre partilhadas ou de outros. Posso dizer que passei sempre ao lado das grandes histórias e loucuras e excepto as saidas às quinta-feiras para o Alcântara saltando os muros podem ser consideradas traquinices. O resto são histórias de directas, de jogos, de testes adquiridos de forma menos, diga-mos lícita, mas tudo em grupo. Tudo como turma. É engraçado pensar que há pessoas que nem falo ou vejo durante anos e que foram os primeiros companheiros de secretária como o Begas, ou os primeiros companheiros de conversa como o Tinoco e o Pinão. É engraçado porque me recordo de todos e no entanto há tantos e tantos em que sinto que o único laço que tenho é o de ter estado no mesmo sítio e há mesma hora.
Nesta casa tive três padrinhos e nunca fui padrinho de ninguém. Protegi alguns em detrimento de outros, mas o apego às pessoas serve-me sempre de desculpa para um shutdown, para uma distância para não me magoar. Curiosamente foi esta casa que me ensinou a melhorar esta técnica. Não que a casa tenha culpa, deu-me foi uma técnica contra a saudade exagerada. Aprendi a viver sozinho muito tempo sem a familia e isso ainda hoje me está marcado e colado à alma.
Custa-me hoje voltar àquela casa porque é o mesmo que voltar a sonhos perdidos, a esperança reduzida. Parece-me tão diferente aquela casa que apenas a farda e o edificio me parecem o mesmo. Vivi lá doze anos que adorava voltar a viver, mas sei que hoje a casa não é a mesma. Não poderá ser a mesma...agora há a playstation, há estigmas contra internatos há 10 anos de "vai fechar" que me levam a esconder nesta carapaça que tantas vezes usei e uso. Custa-me voltar a uma casa que não sinto minha. Há algo de diferente e não consigo viver com isso.
Tenho claro saudades deles, dos meus companheiros, amigos. Tenho saudades de chorar a cantar o hino da casa.
Esta casa que tanto me deu e pouco ou nada exigiu em troca. Esta casa que tanta boa gente prepara para a vida. Esta casa que raramente é reconhecida.
Os meus pupilos fazem dia 25 100 anos, 12 dos quais são meus. Os meus pupilos fizeram hoje a cerimónia militar com direito a missa e tudo. Mas os meus pupilos levam-me a ficar em casa hoje. A sofrer com as doces memórias. A chorar pelos tantos sonhos que tinha. Fico a pensar nos meus amigos que com certeza estão todos a almoçar juntos. Vemo-nos talvez na exibição da especial mais logo. Vemo-nos talvez no dia 25. No dia mais especial que esta casa me deu. O nervoso miudinho. Os ensaios. O brilho da farda com barretina e arreios.
A esta casa devo ainda um agradecimento final que é o meu filho e a vida que hoje tenho construida. Mesmo se alguns sonhos ainda pairam pelos corredores, pelas camaratas, a realidade não é má. É óptima quando se olha nos olhos do bebé Gonçalo.
Obrigado mãe e pai pelo grande esforço e dedicação.
É jacaré! Não!
É perdigão? Não?
Então o que é?
IPE IPE IPE

sábado, maio 07, 2011

Obrigadinho Socas

Pois é o animal está a ver se me dificulta a vida.
Primeiro fez-me andar a pensar na Sporttv, sporttv, sporttv, sporttv.....e adiei.
Depois tive de gastar € nos carros e mesmo assim não gastei o que devia/queria.
Agora com isto tudo também tenho de adiar quem sabe para sempre um trackday car.
Ainda no outro dia vi um ali no retail park...3.000. Mais do que queria gastar mas este estava full spec para correr.
A empresa treme, vamos a ver até onde podemos encolher e o resto....o resto é um descanso que não vem. PEnsei que as coisas melhorassem com o novo emprego, mas há dias em que me dá vontade de dizer: para andares assim, mais vale a pena procurar outro.
No entanto o SOcas lixou-nos bem e mantermos o que temos é sinal positivo.
Adiam-se uns sonhos e desejos, vamos ver se para sempre ou se por uns anos.
O que vale é que antes de entrar em austeridade total ainda tenho no final do mês uma alegria. Pelo menos enquanto estiver na pista...esqueço tudo. O pior é o regresso e o dia seguinte...o dia do mete travões novos :(:(:(

Seja o que o Povo quiser. Menos Socas e mais futuro por favor.

quarta-feira, maio 04, 2011

Ah grande Zé!

Ouvi o anuncio do Zé Cara$%& ontem, ouvi as medidas e no meio do zapping noticioso vi o Zé em Leiria dizer que está la a apoiar a juventude, os empreendedores e as suas mentiras do costume. Algures ouvi também que depende de nós portugueses fazermos todos o nosso melhor para ajudarmos a economia. Pus-me a pensar: ok, vou trabalhar mais e melhor, com isso ajudo a economia, excelente! Mas depois a economia tramou-me e disse assim, olha ainda bem que trabalhas mais, mas eu não posso pagar ou comprar o fruto do teu trabalho porque tenho de pagar mais na saúde (o que nem acho de todo descabido), tenho de pagar mais IMI, mais transportes públicos. Tenho de vender o carro, jantar à luz das velas e deixar de comer bacalhau, esse luxo. Ora bolas, se depende de todos nós, o que me está a escapar aqui? Mas como eu trabalhando mais e melhor, recebo e vendo menos? A Economia sábia, voltou a responder: tens chulos para sustentar, incompetentes para pagar e tens o Zé, o grande Engenheiro Zé para te retirar a esperança e poupanças...mas diz lá oh Nuno.....o Zé pode ser um grande mentiroso, mas é o melhor mentiroso do Mundo!

domingo, maio 01, 2011

Dia do Trabalhador


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