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terça-feira, julho 14, 2020

Simbolos

O problema do mundo não são os símbolos de uma história mais ou menos distante. Não são as estátuas ou os nomes de equipas de um qualquer desporto. O problema do mundo é as pessoas e a falta de respeito e cuidado pelo outro. Não são as quinas da bandeira portuguesa que nos fazem ser racistas para os árabes mas sim o facto do senhor de cor estar a mijar nas escadas da Bica. Não é o Bolsonaro que é maluco (OK até é) mas sim a meia dúzia de agarrados de Odivelas que incomodam uma praia inteira com uma coluna de som. Todos reclamam mas ficam no seu canto, a criticar de forma cobarde (eu inclusive) e uma única mãe, pede para baixar o som e lá baixam. A falta de respeito deste grupo leva a que todos assumam que vão ser mal educados ou desrespeitadores a quem lhes dirigir a palavra. A base do mal da sociedade somos nós. Nós que não respeitamos os outros e por isso os outros assumem, presumem e criam anti-corpos. Criam silêncio ruidoso. Aquele senhor que entra no restaurante sem máscara, branco. O amarelo que cospe no chão. O sul americano que liga a música todo o dia. Os donos do cãozinho que mija na porta do prédio. A sociedade vai assim. A história deve ser reinterpretada mas não apagada. E deve ensinar. O Trump é uma besta porque se está a cagar. Mas quantos de nós não se estão a cagar. Quantos não estacionam o carro mal para ficarem perto da praia, impedindo a passagem nos passeios? And so on. Preocupemo-nos menos com os símbolos e mais com os outros.