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sábado, outubro 20, 2012

Espiral Depressiva (a recessiva também)

Mojo down como diria Austin Powers.
Cada vez se torna mais dificil acordar, levantar e arrastar my ass para o trabalho.
Pode-se dizer que fizémos de tudo, mas cada dia de facturação é um dia de prejuízo ou perto disso e não há motivação que me chegue.
Olhar para uma estrutura com dez anos que, mesmo com alguns erros (no meu entender) se consolidou e proporcionou alguma estabilidade aos trabalhadores e que se desmorona assim afecta qualquer um, para mais um caranguejo que se tende a fechar na sua carapaça numa espécie de shutdown ou reset. Estou nessa fase e as pessoas à volta acabam por pagar esse afastamento.
Já estive nesta fase em diversos momentos da vida por uma ou outra razão, mas no fim o que noto é que acabou em mudança de emprego, em bola em frente, mas desta vez parece-me mais complicado. Acho que me acomodei demais ou talvez seja porque tenho mais pessoas no trabalho que me dizem alguma coisa. Sempre tive uma/duas pessoas por quem ia para a guerra, mas aqui tenho mais algumas e se continuo a cultivar amigos de trabalho (aqueles que dificilmente manterei contacto quando rebentar a empresa) aqui sinto que podia abrir uma "excepção", podia fazer um esforço para ser social. Se calhar por isso me custa deixar a empresa, procurar outro poiso. Depois todos os dias nos dão machadadas, o Governo, os sindicatos, a oposição, a economia real vai-nos levando ao fundo e a secreta esperança que tinha de que a empresa se mantinha.....começa a desvanecer-se.
Dai a confundir atenção, comentários, olhares, atitudes vai um pequeno passo. Tudo parece ser questionável, tudo parece ser outra coisa qualquer.
Shutdown. Restart. Reset. Medo, fraqueza.
É uma espiral que já enfrentei algumas vezes, talvez demais para 35 anos de vida. Não sou suicida, nada disso (tenho demasiado medo), mas sou defensivo, acomodado e dai passar por isto em silêncio e quase obrigar os outros ao mesmo.
No fundo é mais do mesmo, pronto para ouvir os outros, mas incapaz de me fazer ouvir.
Mais do mesmo, mas felizmente que enquanto escrevo estas palavras o sol brilha lá fora!


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