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terça-feira, dezembro 17, 2019

A evolução da espécie estagnou.

Ou está em vias disso. Os avanços são conseguidos à custa da tecnologia que, aparentemente vai crescendo sozinha, evoluindo por si mesmo. Com uma programação mutante. Assim será que a nossa programação também evoluiu. Ler um livro e pesquisar na Internet sobre um passado deixar-me no ar outro tipo de dúvida. Sentirá o homem a necessidade de matar os sonhos se outros? De alienar a personalidade de cada um? Será isso que leva a que relações acabem? Porque se atingiu um ponto de não retorno em que nos sentimos anulados? Ao olhar para trás isso seria uma conclusão lógica para mim. Mas, será que eu também não anulei a outrora luta pela não rotina da pessoa com que estou? Serei eu agora apenas uma gota na consequência da idade, do amor? Ou terei sido mais forte do que essa pessoa? Será que a minha, a nossa programação é fazer dos outros instrumentos que um dia também se podem dar por obsoletos? Cansados da rotina? Irá esse próximo ente seguir a sua vida? Ou, terei eu apenas entrado a bordo de um comboio que já não tinha razão de parar nas estações que lhe apetecia? Estranha esta sensação de que a vida no início de uma relação é melhor do que a meio? Como conseguirão outros manter essa não rotina? Eu não consigo compreender. Tenho a sensação de estar a fazer parte daquilo que me matou há uns anos. A imprevisibilidade desapareceu. A surpresa do calor na cama. Tudo é mais mecânico do que espontâneo. Estranha esta forma de viver, está programação que leva a uma espécie de entorpecimento, morte lenta. 

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