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domingo, setembro 13, 2015

Já cantavam os Captain Hook

Há um dia em que do nada uma produção nos parece exagerada. Somos seres desconfiados e inseguros por natureza e quando andamos menos bem arranjamos motivos para nos incomodar ainda mais. Isto a propósito daquele dia em que uma mulher bonita é demais. Passo a explicar: os homens são acima de tudo homens ou seja criaturas competitivas, nem sempre pelos melhores ou mais nobres motivos e por essa razão gostam de ter troféus. As mulheres sabem-no e são mais conscientes no que fazem. Olha para mim linda e charmosa, preciso de um macho para acender o fogo e ir caçar. Na realidade isto era antigamente e os troféus somos nós, homens. Mas gostamos de pensar que temos o controlo até áquela hora em que ficamos a olhar em redor e parece que há mais troféus aguardando a sua vez na prateleira. No início do jogo vamos à procura da mais gira, mais produzida e isso tem piada enquanto a vemos com olhos de apaixonado mas com o evoluir da relação deixamos crescer a barriga, damos menos importância à roupa e chegamos ao estado de está-se bem, ela é gira e eu gosto dela assim. Anda vestidas normal, arranja-se para casamentos, baptizados e eventos de trabalho e nós homens gostamos de ver. E neste estado, de ego cheio e prateleira preenchida olhamos para as produções dos troféus de outros. Nada de mal. Pensamos que Gaja tão boa e a vida segue. Até áquele dia em que, por alguma razão o nosso troféu está lindo de mais (assim nos parece) para determinada ocasião e, de repente sentimos a sensação de cobiça do nosso troféu. E, como homens que somos, uma vista agradável deixa de o ser. E tudo nos cai mal. O sorriso, o vestido, os acessórios. Opá que é isto?? Não é de mais? Vais para o engate ou quê? É estranho ao fim de uns tempos ver o troféu como aquilo que é, uma mulher bonita e interessante. Queremos que se saiba mas ao mesmo tempo queremos que o mundo ( masculino) não o veja. E qualquer gajo giro e musculado da festa é uma ameaça. Temos de ir vestir o fato de gala? E assim nem a comida nos cai bem. Ciúmes? Insegurança? Nada faz sentido a menos que sejamos homens na tal competição e sentimos que a podemos perder. Lá está a velha canção....

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