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quinta-feira, dezembro 25, 2014

Uma estrela sem luz

Sou um corpo estranho neste mundo, uma espécie de estrela que perdeu o seu brilhar. Naquele dia de Outubro ao ver o 007 percebi que o meu futuro não passava por ali, por aquele caminho. Pensei que a chama se acenderia e que novamente seria uma estrela no céu. No entanto dois anos depois, não me vejo ao espelho quando a noite cai. Não tenho brilho e agora parece-me que nem caminho. Se calhar nem futuro ou pelo menos não o vislumbro. Convenci-me que soltar amarras bastaria, mas afinal uma das amarras não a posso cortar...sou eu. Eu próprio dou nós na minha vida e crio encruzilhadas para baralhar a bússola da minha vida. Nesta altura do ano, mais uma vez decido rumar ao canto da sala e ficar só. Sem remorsos que não sejam a falta que os meus filhos me fazem. A estrela apaga-se e por momentos sente-se bem. Fica incógnita e imune a críticas...ou assim eu penso. Assim eu espero. Claro que é tudo mentira, mas fica o conforto de não ver os olhos dessas críticas. No trabalho, em casa, na família....afasto-me cada vez mais do caminho, do futuro e se no dia-a-dia as longas horas de trabalho ainda justificam alguma ausência, em dias como este, de família, de carinho não há nada que me justifique perante os outros. Perante mim, não preciso de me justificar....sou a tal estrela que se perdeu.

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